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“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e ver


No encontro com a samaritana, em Sicar – uma localidade da Samaria, junto ao poço de Jacó, Jesus encontra oportunidade para pedir-lhe água para beber e, por conseguinte fala pra ela sobre dom de Deus e da água viva, cuja fonte jorrará até a vida eterna. A mulher assim reage: ‘“Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!” (Jo 4,15).


Disse a mulher a Jesus: ‘vejo que és profeta!...’ Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar. Responde Jesus: “Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste mundo nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja” (cf.Jo 4,19-23).


Nascemos para adorar a Deus, para nos prostrar diante dele. Deus procura verdadeiros adoradores. Antes de sermos adoradores em espírito e verdade, somos primeiramente filhos. Os adoradores adoram o Pai e o Pai tem filhos que Dele nasceram e herdaram a Sua natureza, o que os faz íntimos e capazes de adorá-Lo pelo resto de suas vidas até a eternidade.

Ainda em liberdade, na véspera da sua Paixão, Jesus fez da Última Ceia com seus apóstolos o memorial da sua oferta voluntária ao Pai, assim se expressando: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós: fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19) e “Isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mt 26,28).

Logo, a Santa Missa – renovação do sacrifício de Cristo na Cruz, de maneira incruente -, deve ser um momento especial para adorarmos a Deus. É uma experiência do Apocalipse (4,11): “Tu és digno, Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que existem e foram criadas”.


Ao honrarmos a Eucaristia, nós católicos prestamo-lhe o culto máximo de Adoração. A Eucaristia contém o próprio Cristo Senhor, que, mediante os sinais de pão e vinho, se oferece e é recebido. Na verdade, é a Eucaristia o memorial da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, o Senhor, confiado à Igreja, pelo qual se perpetua pelos séculos, o sacrifício da cruz. Por meio da Eucaristia o Senhor Jesus Cristo tem sua presença real no meio de nós.


Nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC 2096) que “A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso”, o que nos remete ao ocorrido no deserto com Jesus (cf.Lc 4,8), que estando cheio do Espírito Santo, disse ao demônio: “Está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e a ele só servirás” (Dt 6,13).


Portanto, “Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer ‘o nada da criatura”, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que ele fez grandes coisas e que seu nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo” (CIC 2097).


Que a exemplo da mulher samaritana, ampliemos nosso diálogo com o Ressuscitado, de modo que, bebendo na fonte de água viva - JESUS CRISTO, sejamos adoradores do Pai em espírito e verdade.



por Carlos José Mendes de Araújo.








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