Por Elisangela Campos
No ano de 2015, depois de quase dois anos de casamento apenas civil, por causa de incompatibilidades pessoais, dívidas e situações corriqueiras, sentia que meu relacionamento estava desmoronando. Eu e o meu esposo havíamos perdido o controle da situação. Por mais que tentássemos as coisas só pareciam piorar. Isso me deixava tensa e muito depressiva.
Sabia que só Deus poderia mudar a nossa situação e voltei a frequentar, em junho, a Paróquia São Pedro. Até então, ia só alguns dias por mês, até que comecei a ouvir falar sobre a Festa em honra a Nossa Senhora da Primavera. Confesso que tinha um pouco de aversão ao ouvir de Nossa Senhora, pois, frequentei, em alguns anos, a igreja evangélica e, assim como eles, via isso como adoração a imagens. Mas o padre Moacir dizia que, pela intercessão de Nossa Senhora, Jesus poderia trazer o perfume das flores para a nossa vida e era disso que eu precisava. Resolvi abrir a minha vida a Nossa Senhora da Primavera e decidi ir à festa.
Comecei a ler mais sobre Nossa Senhora da Primavera, a rezar o Terço todos os dias, a ouvir o testemunho do Padre Moacir e a recitar a oração com frequência. Eu precisava muito que Nossa Senhora intercedesse por mim e transformasse a época seca que eu estava vivendo em um tempo de flores e de um novo perfume.
No dia 20 de setembro de 2015 fui à festa. Uma linda tarde de louvor e minha primeira vez no Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes. Fiquei encantada! Aos meus olhos a coisa mais linda. Sentia que o meu lugar era nessa comunidade; queria muito viver no carisma que eu senti nesse lugar. Deus e Nossa Senhora estavam ali.
Foi a primeira vez que senti a presença do Espírito Santo e ouvi, de forma nítida, em minha mente, a voz de Nossa Senhora, dizendo que tudo ia ficar bem. Acompanhei tudo com atenção, cantava e chorava com os louvores. Eu clamava por mudança e sabia que, de uma maneira ou de outra, o meu pedido seria atendido. Sabia que, apesar da depressão, em meu coração, eu não estava só; Nossa Senhora estava comigo.
Desde esse dia, passei a ter forças para lutar, sabia a quem deveria pedir, pois descobri que a tristeza que eu sentia era decorrente de uma depressão de longos anos. Comecei a reconhecer os meus erros e a pedir que Deus transformasse o meu coração. Demonstrei ao meu marido e filhos que eu queria mudança para a nossa vida, sabia que a mudança seria gradativa. Queria ter a mansidão e a sabedoria da nossa Rainha Santíssima.
Meu marido não acreditou e no dia 13 de outubro, do mesmo ano, saiu de casa. Sofri muito, mas eu confiava que seria para o bem de todos. Continuei firme na fé e passei a ter mais tempo para me dedicar a Deus e comecei a servir na Paróquia; criei coragem e fui ao acampamento da Canção Nova no Ano Novo. Em janeiro nos divorciamos, mas eu sabia que algo mais aconteceria. Com o passar dos meses, ainda vi muitas coisas ruins acontecerem, mas nunca deixei a fé esfriar. A cada dia de missa, grupo de oração, tardes de louvor, noites de vigília, acordando às 3h da manhã para rezar o Terço da Misericórdia, eu me fortalecia em Deus. Conheci muitos amigos na Comunidade RP, muitas pessoas rezaram por minha vida. Sabia que Deus faria grandes coisas, mas no tempo Dele. Via que a transformação estava acontecendo de dentro para fora.
Estava curada da depressão e não precisava mais de antidepressivos. Eu não sentia mais tristeza sem motivos aparentes, conseguia controlar mais a ansiedade e o nervosismo. Sentia que quanto mais orava, mais me abria ao que Deus queria fazer em mim. Estava, pela primeira vez, feliz, mesmo sem um companheiro, e pedia a Deus que se algum dia fosse ter alguém comigo, que fosse alguém de Deus e que me acompanhasse na obra do Pai. Durante os eventos da comunidade eu convidava meu ex-marido, até que, em fevereiro, ele decidiu ir, demonstrou que tinha gostado e, nesse dia, me olhou diferente. Depois de quase três meses divorciados, ele confessou que, nessa vigília, Deus mostrou a ele que o seu lugar era ao meu lado, e decidiu voltar para família.
Depois de muito pensar, eu falei para ele que aceitava voltar, mas que desejava muito casar na Igreja e ter um homem de Deus ao meu lado. Ele respondeu que queria só fazer a vontade de Deus. Jesus e Nossa Senhora prepararam nosso casamento em menos de três meses e, com muita alegria, nos casamos na casa do Senhor no dia 08 de julho de 2016.
Hoje, estamos bem e certos de que fizemos a vontade de Deus. Continuamos servindo na Paróquia São Pedro, servimos na Semana de Pentecostes e desejamos que, a cada dia, sejamos aperfeiçoados para a honra e glória do Senhor. Eu nunca me esqueci da promessa de Nossa Senhora da Primavera. Ela me fez uma nova mulher para ser a esposa e mãe que Deus desejava que eu fosse. Percebo que o sofrimento foi necessário para que viesse o tempo de glória e alegria e sou muito agradecida a Deus e a nossa Mãe por tudo. Dei a Deus o meu sim, para que fosse feita em mim a vontade Dele, hoje e sempre, e a minha devoção, a Nossa Senhora da Primavera.