Bondade, compaixão, perdão: ensinamentos de Cristo.
“Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo” (Efésios 4, 32).
Este versículo da Sagrada Escritura faz parte de um ensinamento de como devemos proceder em nossa vida cristã. O apóstolo Paulo nos chama a testemunhar Jesus Cristo como filhos amados de Deus. Para isso, se faz necessário amar e perdoar uns aos outros.
Obedecer a essa ordem é muito difícil, porque, muitas vezes, vai contra a nossa vontade. Gostamos de nos relacionar com quem gosta de nós. As pessoas que não vão muito com a nossa “cara”, preferimos deixar de lado e seguir a vida. Santo Tomás de Aquino nos diz que “não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção”. O catecismo acrescenta “o fim não justifica os meios” (CIC 1759).
Nesse mesmo capítulo 4 da carta aos Efésios, versículo 18, Paulo nos diz: “Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da vida de Deus”. Ele nos aconselha no versículo 24: “Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.
Se quisermos, Deus nos reveste e nos coloca um coração decidido a amá-Lo. Devemos amar a Deus porque Ele nos amou primeiro. É assim que começamos a ser modelados e nos tornamos esse homem novo que deseja amá-Lo acima de tudo e, através desse amor, amaremos uns aos outros.
É a bondade que gera em nós a compaixão para com os outros e se compadecer com a situação de alguém nos torna pessoas mais cristãs. Em diversas passagens da Bíblia, Jesus se compadecia das pessoas que iam ao Seu encontro com suas feridas, limitações, aflições. Precisamos permanecer em Deus para entendermos que esse laço de amor desperta em nós a coragem de sermos verdadeiros imitadores de Cristo. Ao mudarmos nossa conduta por amor a Deus, seremos capazes de perdoar sem medidas como o próprio Jesus nos ensina.
O catecismo da igreja católica nos orienta que “É do fundo do coração que tudo se liga e se desliga. Não está sob nosso poder não mais sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo transforma a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão” (CIC 2843). “Quanto mais renunciamos a nós mesmos, tanto mais o espírito nos faz agir” (CIC 736).
Só perdoa quem é bondoso e compassivo e, só é bondoso e compassivo estando firme na palavra de Deus, alimentando a nossa vida espiritual diariamente.
Oliana Lima
Vocacionada à Comunidade Renascidos em Pentecostes
