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Ano de São José


Ano de São José

“Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: ’A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa "Deus conosco”. Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa”(Mateus1: 21-24).


“Pai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento; pai com coragem criativa, trabalhador, sempre na sombra.” Foi com estas que o Papa Francisco descreveu São José. E o fez na Carta apostólica “Patris Corde – Com coração de Pai”, publicada no dia 8 de dezembro de 2020, por ocasião dos 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica e anunciou o ano celebrativo a São José.

E na história de Jesus, quem foi José? Qual seu papel? O próprio Papa Francisco explicou, em carta pastoral, sua motivação: “Como diz Jesus, gostaria que a boca expressasse o que transborda no coração, para compartilhar com vocês algumas reflexões pessoais sobre essa extraordinária figura, tão próxima à condição humana e a cada um de nós”, conta o Papa, grande devoto de São José.

São bem poucas as informações sobre a vida de José. Sabe-se que ele era um descendente legitimo da casa do rei Davi. Isso fica claro na genealogia de Jesus apresentada em Mateus 1. “Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo” (Mateus 1:16).


José era um carpinteiro que vivia em Nazaré, uma pequena aldeia na região da baixa Galileia. Ele já aparece no relato bíblico como o noivo de Maria, uma virgem que morava no mesmo vilarejo.


José recebe do anjo o aviso de que não deve rejeitar Maria que estava grávida antes do casamento. Ele não pretendia acusá-la publicamente, mas a repudiaria em segredo. “Com obediência, ele superou o seu drama e salvou Maria”, comenta o Papa, aceitando-a sem colocar nenhuma condição prévia. Ele acreditou plenamente no seu Senhor.

Já no segundo sonho, o anjo manda José fugir com Maria e Jesus para o Egito, pois o rei Herodes buscava assassinar o Menino, a quem temia ser uma ameaça ao seu poder. “José não hesitou em obedecer, sem fazer perguntas sobre as dificuldades que encontraria”, observa o Papa.

No terceiro sonho, o anjo avisou a José sobre o momento certo de voltar a Israel. E, no quarto sonho, deu indicação de irem para a Galileia, quando foram viver em Nazaré. Assim como Maria, diz o Papa, São José acolhe com plena confiança a vontade de Deus. “Na escola de José, Jesus aprendeu a fazer a vontade do Pai”, inclusive em sua “morte de Cruz”, associa. Ensina – nos a ter fé no Senhor, crê em que tudo Ele pode operar por meio dos nossos medos, nossas fragilidades, das nossas fraquezas.

José recebeu o apelativo de “castíssimo”, que é “o contrário da posse”. Ele, como efeito, “soube amar de maneira extraordinariamente livre”, “soube descentralizar-se” para colocar no centro da sua vida Jesus e Maria. A sua felicidade está no “dom de si mesmo”: nunca frustrado e sempre confiante, José permanece em silêncio, sem lamentações, mas realizando “gestos concretos de confiança”.

A sua figura, portanto, é exemplar, evidencia o Papa, num mundo que “precisa de pais e rejeita os dominadores”, rejeita quem confunde “autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição”. José assume a paternidade legal de Jesus, sem medo, atendendo à vontade de Deus.

Com o exemplo de honestidade em sua profissão como carpinteiro, o Esposo de Maria nos ensina também “o valor, a dignidade e a alegria” de “comer o pão fruto do próprio trabalho” (Papa Francisco). “É necessário tomar renovada a consciência do significado do trabalho que dignifica”, escreve Francisco, que “torna-se participação na própria obra da salvação” e “oportunidade de realização” para si mesmo e para a própria família, “núcleo originário da sociedade. Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!”

Depois de Maria, São José é o Santo a quem os papas mais se dedicaram em seus escritos. É o patrono da Igreja católica, “padroeiro dos trabalhadores”, algo já marcado pelo Papa Leão XIII. E São João Paulo II o intitula como “Guardião do Redentor”. Como recorda o Papa Francisco, a devoção popular aclama José, ainda, como “padroeiro da boa morte”.

No período de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021, elevamos nossas orações a São José , o único homem que amou Jesus com coração de pai. “Deus confia neste homem”, afirma Francisco e quer que nos dirijamos a ele, pois “a Igreja é a extensão do Corpo de Cristo na história”.

Karla Regina Martins Moreira, professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, formada em Pedagogia – Séries Iniciais pela Universidade Católica de Brasília, pós-graduada em Neuropsicopedagogia Clínica pela Faculdade CENSUPEG em Santa Catarina, serva na Pastoral da MESCE da Paróquia São Pedro).





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