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A Quaresma


Impossível falar de “QUARESMA” sem que antes enfoquemos, mesmo que brevemente, a quarta-feira de cinzas.

As Sagradas Escrituras estão repletas de citações acerca da simbologia das cinzas.

Vejamos:

- No Livro do Gênesis, em seu capítulo 2, versículo 7, está dito que “o Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra...”;

- No capítulo 3, onde se narra a expulsão de Adão e Eva do paraíso, em seu versículo 19 o Senhor diz: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar”;

- Mais além, no capítulo 18, versículo 27, quando Abraão intercede em favor de Sodoma, ele se expressa assim: “Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinzas”

- Enquanto se preparavam para guerra contra o General assírio Holofernes (comandante do exército do rei Nabucodonosor), os judeus além de oferecerem holocaustos ao Senhor, revestiam-se de sacos e cobriam a cabeça de cinzas (Judite 4,16);

- Também Jó no capítulo 42, versículo 6 de seu Livro (segunda resposta de Jó), diz: “É por isso que me retrato e me arrependo, no pó e na cinza”.

Estas são apenas algumas citações, dentre tantas, que nos convidam à penitência.

Portanto, na quarta-feira, após o carnaval (6 de março vindouro), o Sacerdote, utilizando as cinzas produzidas com ramos abençoados no domingo de ramos do ano anterior, que acrescida de água benta, formando uma pasta, nos marcará a testa com o sinal da cruz. Somos convidados, então, à conversão e a ter uma visão da nossa efemeridade.

Aí começa a Quaresma propriamente dita. Denominada assim, porque é um período de quarenta dias que precedem a principal celebração cristã, a Páscoa.

Nos textos bíblicos encontramos referências que nos recordam acontecimentos sumamente importantes para o Cristianismo:

- Quarenta dias de dilúvio;

- Quarenta anos de peregrinação dos Judeus através do deserto;

- Quarenta dias que Moisés esteve no monte Sinai, confabulando com o Senhor, ao fim dos quais trouxe consigo o Decálogo;

- Quarenta dias de Jesus no deserto antes de iniciar seu Ministério, ocasião em que foi tentado.

A história nos conta que passados duzentos anos desde o nascimento de Jesus Cristo, os cristãos deram início à preparação da festa da Páscoa (que era, então, de apenas três dias), com orações, jejum e meditação, mas que somente por volta do ano 350, a igreja dilatou este tempo para quarenta dias, de onde vem o termo “QUARESMA”.

Durante o período quaresmal - que neste ano de 2019 vai de 6 de março a 18 de abril, cinco domingos, portanto - toda a Igreja se reveste de uma aura de profunda reserva e introspecção. A cor da Liturgia passa a ser o roxo – sinal de sobriedade, recolhimento, penitência e conversão. Não cantamos o “glória” durante as missas (salvo se houver celebração solene), não cantamos a “aleluia” (mesmo que haja celebração solene), pois essa será entoada na páscoa. Não utilizaremos instrumentos musicais (salvo instrumentos que propiciem a sustentação dos cânticos) e os cânticos serão, todos, de melodia não rebuscadas; não utilizaremos flores nos altares (sinal de despojamento). Se nesse período, houver celebração de enlace matrimonial, os enfeites devem ser sóbrios.

Ressaltamos que a observância estrita das prescrições quaresmais, não são folclóricas, nem convencionais ou mesmo meras e descabidas exigências; mas são instrumentos que objetivam crescimento no processo de conversão que nos levarão ao conhecimento do perfeito amor de Cristo e Seu desejo de nos resgatar.

Amigos, somos instados a fazer autocrítica das nossas atitudes. Repensar se as nossas ações têm sido exemplares; se o Natal que vivemos foi fator preponderante para nossa verdadeira conversão; se o direcionamento que demos às nossas vidas serviram de exemplo para outrem. Será que fizemos uma sincera reflexão com vistas ao recolhimento penitencial na busca da salvação?

Não somos insignificantes perante os olhos do Senhor. Todos temos o mesmo valor e recebemos, Dele, amor dedicado e perene. PAZ E BEM! ZEZO SILVA


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