Resgate do jovem pela igreja: como unir realidade à sua fé
O ser humano passa por diversas etapas em sua vida e, cada uma requer o aprendizado, a resiliência, a humildade (em todas), a aceitação. Mas acredito que quando se é jovem, a exigência é maior.
Na juventude, fase de grande transição e transformação, as cobranças de si mesmo e a pressão exterior são maiores e pesam mais.
É a fase de grandes decisões, das escolhas dos rumos profissionais, da carreira e dos estudos; escolha dos valores a serem seguidos, projetos de vida, de vocação.
É nessa etapa da vida que surgem as descobertas do mundo e do seu eu interior; de onde surge o tempo para planos audaciosos, de ideais. É o tempo de alegrias inebriantes, intensa vontade de viver.
Aparecem também as indagações, a desconfiança sobre tudo e sobre todos, inseguranças, inevitáveis fracassos que se analisados de maneira madura, tornar - se-ão aprendizado.
Há nessa fase, a consolidação de personalidade moldada tanto para o caminho do bem quanto para o mal.
E a igreja? Em que momento deve-se ingressar e ajudar os jovens nessa fase de sua vida? Quando a igreja fomentará seu desejo em ter os jovens tão cheios de otimismo, ideais, motivação para transformar o mundo? Num mundo globalizado com uma geração cheia de inovação tecnológica, evangelizar jovens não deve ser obstáculo para a igreja, e sim, mola propulsora de evangelização. “E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” (Mateus 19:16).
É nesse dado momento que a igreja utiliza de meios acessíveis aos jovens para divulgar seus ensinamentos, por meio de histórias de jovens santos e beatos que superaram barreiras, dificuldades; se absteram de luxo, regalias e riquezas para seguir aos ensinamentos de Cristo.
É nesse encontro com Cristo e com o seguimento da Igreja que os jovens terão a vivência espiritual, por meio de orações, orientação espiritual, leitura obrante e atualizada da Bíblia, a frequência aos sacramentos, a formação social e política. sem negar a realidade social e o contexto cultural nos quais eles estão inseridos.
Projetos de chamamento e convocação da juventude devem ser voltados de forma leve, alegre, cheios de energia e vida, com a finalidade de renovar a igreja com o ingresso de sangue novo: jovens com espírito de justiça, amor, solidariedade e paz. Como disse papa Bento XVI: “... ideais juvenis, justiça, amor, solidariedade e paz permanecerão vivos.”
O regaste dos jovens pela igreja, com propostas de trabalho voltadas a esse público requer desprender do velho e abrir espaço ao novo. Utilizar de seus básicos e importantes ensinamentos tecnológicos para evangelizar, levar a palavra até os mais longínquos fins do mundo. Exemplo melhor e atualizadíssimo é do beato Carlos Acutis. Linda história de um jovem que sobrepôs barreiras para divulgar o Evangelho além, de seu imenso e sincero amor aos ensinamentos de Jesus Cristo e à Igreja Católica.
A igreja necessita confirmar que é uma comunidade missionária e deseja convocar jovens cheios de compromisso, esperança, portadores de ideias e motivação para a transformação do mundo. Ela precisa de uma energia jovial para servir ao evangelho, levar a palavra de Cristo e Seus ensinamentos. Proclamar com voz ativa que Cristo é o Rei dos rei. A Ele toda honra e toda glória!
Karla Regina Martins Moreira, professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, formada em Pedagogia – Séries Iniciais pela Universidade Católica de Brasília, pós-graduada em Neuropsicopedagogia Clínica pela Faculdade CENSUPEG em Santa Catarina, serva na Pastoral da MESCE da Paróquia São Pedro).
