Pandemia X Fé

“Ora a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11.1).

Uma das palavras mais comuns que ouvimos em qualquer contexto religioso é “fé”. Ouvimos cada vez mais, em especial nesses tempos de pandemia, as expressões: “Você precisa ter fé”! “Sigamos com fé”! Mas como praticar a nossa fé num tempo tão sombrio, com perdas de amigos, parentes, conhecidos?

Em Hebreus, ter fé é uma certeza de que as coisas boas acontecerão! É crer em um Deus que nos dará o chão ao pisarmos num terreno desconhecido, duvidoso, mas com a certeza e confiança que Ele estará conosco.

Em uma de suas homilias, mais precisamente no dia 27 de março do ano passado, no início avassalador da pandemia em todo o mundo, o Papa Francisco baseou sua reflexão no Evangelho de Jesus que acalma a tempestade após a súplica dos apóstolos medrosos (cf. Mc 4, 35-41). Nesse episódio, Jesus pergunta para seus apóstolos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”. O Papa repetiu esse versículo numerosas vezes durante sua homilia e colocou uma ênfase significativa no tema da fé.

Com suas santas e sábias palavras, o nosso pontífice nos ajuda a olhar para a situação atual com uma visão de fé, com a verdadeira necessidade de mantermos a calma nas águas turbulentas da tempestade. Em forma de oração, o Papa falou para Jesus durante esta homilia: “Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como, sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti”.

Durante a travessia dessa tempestade, com mar revolto, basta – nos colocar a nossa confiança e fé Naquele que comanda o barco. Se sabemos em quem depositamos nossa esperança, confiantes e orantes, seguiremos firmes até a chegada em terra firme.

É de suma importância vivermos o momento atual, mesmo com tantas tribulações, sofrimentos e angústias, tirar proveito de como exercer a nossa fé, pois ela é provada na sua qualidade e perseverança, e certamente, tendo que passar por aprendizagens e aprofundamentos.

E, finalmente, ter fé sobre a essa pandemia implica acreditar que Deus sempre é capaz de tirar um bem (ou vários bens) do mal, pois Ele nos mostra Seu poder e Seu amor por nós, colhendo frutos maravilhosos das piores situações. Basta olhar para a cruz e meditar no fato de que do pior acontecimento possível (a morte de Seu Filho na cruz), Deus tirou o maior bem que podemos imaginar (a destruição da morte e o dom da vida eterna).

Escrito por Karla Regina Martins Moreira, professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, formada em Pedagogia – Séries Iniciais pela Universidade Católica de Brasília,