top of page

PÁSCOA, a libertação!


“Este mês será para vós o princípio dos meses: Vós o tereis como o primeiro mês do ano”. Diga a toda à assembleia de Israel: (...) tomai um cordeiro por casa [...] E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; então toda a assembleia de Israel o imolará no Crepúsculo. E o Tomarão o seu sangue e o porão na moldura das casas (...) exercereis minha justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue sobre as casas vos servirá de sinal (de proteção). Vendo o sangue, passarei a diante, e não serei atingido pelo flagelo destruidor. Conservarei a memória daquele dia, celebrando uma festa em honra do Senhor: farei isso de geração em geração. Pois é uma instituição perpétua. ”¹

Esse trecho do livro do Êxodo, que significa saída, apresenta uma das respostas de Deus aos hebreus prisioneiros do antigo Egito. O povo eleito tinha sido escravizado e nesse momento era instruído para se preparar para deixar o lugar de tantos sofrimentos.

Constituiu-se além do ato ritual de memória da libertação da escravidão no Egito, a partir da porta marcada com o sangue do cordeiro não pereceriam sob a espada do anjo da morte. A marca de sangue nos umbrais, demostrava que aquela casa era separada das outras pois ali estava um separado por Deus. A celebração da Páscoa significa passagem.

A primeira Páscoa teve a imolação do cordeiro, cujo sangue marcou as portas das casas. O Senhor dos exércitos viu que seu povo tinha feridas demais no corpo e na alma e declarou que isso teria um fim. Como sinal de distinção e seleção dos eleitos de Deus, eles seriam poupados do anjo exterminador. Isso significa que o Senhor dos exércitos lhes daria a chance de conhecê-lo melhor no caminho a uma terra prometida. O caminho era um tempo de provação e conhecimento de Deus.

A celebração de sair do Egito foi perpetuada conforme a vontade do Senhor, de se fazer as honras no tabernáculo e comer o pão sem fermento e ervas amargas durante sete dias. (Êxodo 12,8-15).

Do mesmo modo, foi respeitado quando Deus desceu do céu e se fez homem, habitando na terra, como Jesus o Salvador, celebrou a memória do resgate do povo da servidão do Egito.

Descreve-se no Novo testamento no livro de Mateus, que no primeiro dia dos ázimos, os apóstolos prepararam a ceia e nesse momento lhes foi revelado que o próximo cordeiro a ser sacrificado para perdão dos pecados seria o próprio Mestre Jesus (Mat. 26,17-29).

Em outro livro, o Apóstolo Lucas afirma que “Raiou o dia [...] Chegada que foi a hora, Jesus pós se a mesa e com Ele os apóstolos. Disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. [...] é a Nova Aliança em meu sangue que é derramada por vós...” (Lucas 22,7-23)

A segunda Páscoa terá a imolação do filho de Deus, cujo sangue marcou as portas dos corações. Jesus se fez cordeiro imolado, para quebrar o julgo hereditário de Adão e Eva. Jesus derramou seu sangue, para salvar vidas da lama do pecado. Jesus, após aquela Ceia última, sentiria no monte os tormentos humanos até sua rendição ao sacrifício e triunfante Ressureição. A Páscoa tem a ver com a libertação imutável. Registra a nova e eterna aliança com Deus, pois pelo sangue do Senhor Jesus fomos salvos e somos sarados. Não houve e nem haverá outro rei que se entregue em sacrifício pela paz de um povo. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Foi por amor incondicional e imensurável pela criatura humana, que Jesus sendo filho de Deus, com prerrogativas de rei divino se despiu de sua majestade e sofreu pelos seus.

Assim, no tempo litúrgico, a igreja católica em vestes espirituais de penitência segue o período quaresmal vivenciando o tempo de deserto, solidão, espera, penitência e oração. Durante 40 dias, caminha em sentimento de reparação dos pecados cometidos e em busca de aproximação maior do Cristo. Ao chegar o período da Semana Santa relembra os passos de Jesus até o seu sofrimento e morte na cruz.

Em seguida, ocorre a vigília do Sábado Santo onde é aceso o Círio Pascal, o fogo novo, a luz que ilumina as trevas. A luz que primeiro adentra e clareia a Igreja e a vida dos filhos, simboliza Jesus ressuscitado e vitorioso sobre a morte no mundo. Cravos são inseridos na grande Vela, sobre as letras gregas Alfa e Ômega, para que nunca o povo se esqueça de Deus como “o princípio e o fim de tudo”.

Rememora-se então, as vitórias do Senhor dos exércitos com leituras do Antigo Testamento, a igreja recorda sua história de salvação. Um misto de alívio pelo luto passado, e alegria pelo Senhor que vive, reina e é vencedor!

No decorrer da maior celebração litúrgica do ano, vêm as vitórias do Novo Testamento, leituras de louvores ao Senhor. Em meio eufórico de alegria a igreja se enfeita novamente de flores e de novos adornos. A espera de tantos dias chega ao fim, e nesse momento cânticos e palmas voltam à santa missa, onde a água abençoada é aspergida e representa a novidade de uma vida em Cristo.

Certamente durante a Celebração Pascal, os batismos que normalmente ocorrem, traduzem a satisfação de renascer e estar imerso completamente na graça divina. Espiritualmente, a igreja brilha em estado de graça permanente. A Páscoa segue com os festejos durante 50 dias e se encerra com a festa de Pentecostes.

Assim, que todos sejam como um agricultor que se esforça para preparar o terreno para uma nova safra de plantio, que luta para vencer os obstáculos, festeja as primícias dos novos frutos e alegremente persevera até o tempo da colheita.

Que seja possível ter mudança de vida, que seja preparado com muito zelo os adornos interiores para o grande dia da ressurreição do Senhor Jesus. Que a unção oriunda da benção Pascal, mantenha corações empolgados na espera de um novo Pentecostes.

Flavia Marques

3º Elo de Aliança – Comunidade Renascido em Pentecostes

Fonte: Bíblia da Ave Maria.

¹Velho Testamento. Livro do Êxodo 12. Bíblia Sagrada. Editora Ave Maria. Pág. 111-113

²Novo Testamento. Livro do Evangelho de João, capítulo 3, 16. Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, Página 1387.


44 visualizações0 comentário
bottom of page